Alair Gomes
A marca homoerótica de sua obra não é uma questão de identidade. A libido, regendo a pulsão visual, transforma a fotografia num processo de realização.
— Paulo Herkenhoff
Alair Gomes
(1921, Valença, RJ–1992, Rio de Janeiro, RJ)
Fotógrafo, filósofo, professor e crítico de arte, a partir do fim dos anos 1960, dedicou-se com constância à fotografia. A maior parte de suas imagens são sequências de nus masculinos e fotos de rapazes feitas da janela de seu apartamento, na praia de Ipanema, além de registros do carnaval carioca.
Estudioso da história da arte, da física e da filosofia, suas pesquisas o levaram a encontrar caminhos fecundos para inserir a fotografia no campo da arte contemporânea, com destaque para as sequências de imagens que ele elaborou inspirado em sinfonias, sonatinas e em altares religiosos, como nas composições em trípticos. O trabalho de Alair tem ganhado destaque nacional e internacional, tendo sido exibido em importantes exposições tais como a 30ª Bienal de São Paulo, 2012, e na Fondation Cartier pour l’art contemporaine, em Paris, em 2001. Importantes coleções públicas e privadas incluem Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York dentre outras. As obras apresentadas pela Mapa Foto são impressões vintage do próprio artista, submetidas ao projeto “Corpostal”, de 1986, curadoria de Paulo Klein. As imagens são fragmentos carimbados e marcados no verso com números avulsos ou com o escrito “prova” como indício de um material de trabalho não menos importante, porém, que seus trípticos e polípticos. No conjunto, as imagens dos corpos masculinos aparecem resplandecentes no ambiente da praia ou na intimidade do quarto.
